31 março 2010

Dúvida

Eu não jogo "Farmville".... serei normal?

30 março 2010

Vinde a mim...

Sugestão para leitura do evangelho na próxima missa dominical: Lucas 18,15-17.

29 março 2010

Cinco

Uma pausa no trabalho para comemorar (?) os 5 anos de existência deste blog.
Desde que comecei a escrever neste espaço já me formei, me casei e fui pai.
Aqui já desabafei, critiquei, mostrei um pouco de mim mesmo e conheci pessoas deveras interessantes.
O que será que me reservam os próximos 5 anos?



Aqueles que por aqui passam e deixam um pouco de si mesmos, muito obrigado!

27 março 2010

O melhor?

Hoje, fazendo uma pausa no trabalho, vi um pouco do Top+ . Tentava ignorar a voz rouca da Isabel mas não pude deixar de ouvir: "No nº ? Recordações 2 - o melhor de Toy", ao mesmo tempo que se iniciava um vídeo manhoso do início dos 90 (tendo em conta com as fatiotas do artista).
Os "best of" são um estratagema das editoras para sacar mais uns trocos dos fãs e daqueles outros consumidores que só querem os "hits" de determinado artista. Então pergunto-me: terá o Toy tantos "hits" que não caibam apenas num "recordações" para que seja necessário um "recordações 2"?
A própria existência de tais obras faz arrepiar até o pêlo escondido no mais recôndito local do corpo.
Lembrei-me daquele programa "mui" educativo que versava sobre o dia-a-dia desse cantor romântico e romance foi a última coisa que me veio à cabeça.

E lá foi "correndo" o clip. Um must de labreguice retro. Uma música (?) cheia de azeite, tal e qual o autor... mas vende, tanto que está no top! Culpa dos ministros da educação, digo eu...

Desliguei a televisão e voltei para o trabalho com muito mais vontade.

Se aquilo era o best, nem quero imaginar o "worst"!





"Chama o António..."






NOT!!!

25 março 2010

Tempo (falta de)

Aqueles que me visitam, que fazem comentários ao que escrevo, que dignam um pouco do seu precioso tempo a ler os meus devaneios, venho dizer que estarei um pouco afastado desta vida bloguista.
Faço este pequeno aviso apenas porquê gosto de visitar os blogs, companheiros de labuta virtual, que se encontram à direita e assim "explicar" minha ausência em suas "casas".
Não tenho tido o tempo que gostaria para os visitar, nem aquele necessário para escrever e assim, escrever por escrever, não é a mesma coisa.
Dessa forma, vou aparecendo pelos vossos tascos de vez em quando e nesta taberna vou servindo "pratos" a espaços mais largos.

Mas não se livram de mim

19 março 2010

Pai sofre X - Dia do pai


Há 400 kms de distância a nos separar e a minha prenda ideal seria um xi ao meu pobre coração...

14 março 2010

Oceans

Esta música lembra-me meus 16 anos.
Lembra-me banco de trás de um carro, com uns walkman nas mãos e uns fones que englobavam todo o pavilhão auricular.
Lembra-me descer a serra em direcção à Riviera de São Lourenço em Bertioga, São Paulo. O mar lá em baixo tão pequeno que cabia dentro da minha mão e as inúmeras cascatas da serra, mesmo ao nosso lado, chorando as águas da condensação da neblina.
Lembra-me tentar imaginar o corpo de uma mulher nos limites das montanhas enquanto inspirava o cheiro de mata atlântica (semi-)virgem.
Lembra-me domingos de verão, com céu nublado, 35ºC e humidade a 85% e amizade a 110%.
E hoje, neste dia de sol deslumbrante, e apesar dos 7ºC que estão lá fora, lembrei-me desta música e ouvi-la foi fazer novamente aqulea viagem...



Bom domingo, friends!

13 março 2010

Mónei fóde bóis

"'Money for the boys' marca debate do Orçamento" in Diário de Notícias

Ontem foi dia de debate e votação do orçamento... finalmente.
Mas não é bem isso que me faz escrever aqui hoje.
Não gosto de gente que fica em "cima do muro". Gente que não sabe dizer que sim nem não. Que não têm opinião relativamente a temas importantes e que lhes dizem respeito.
É isso que se passa com o PSD e o CDS- P(q)P.
Esses 2 partidos não sabem o que querem... ou sabem?

Nunca deixei de votar. Fui sempre exercer meu dever e votei , se bem ou mal não sei, mas fui.
Sempre fui contra a abstenção. Acho que as pessoas devem ter o direito de escolher quem os represente nas instâncias políticas.

Nas últimas eleições aqueles mesmos partidos lutaram para que as pessoas fossem votar. O Sr. Paulito, em todos os comícios, vinha relembrar o zé para que votasse. A Sra Dª Manuela lembrava a importância de uma baixa abstenção. Os dois em conjunto fizeram das tripas coração para que as pessoas percebessem que, não indo votar, estariam a ajudar o eng. Sócras. Incitaram as pessoas a defender a democracia através da opinião.
Então, depois desse aula de altruísmo, dessa prova de cidadania, dessa exemplo de liderança, o que é que eles fizeram ontem na votação do OE? O quê, o quê?
Se abstiveram!!!
Então... mas não era... ó que caraças!

Ri-me para não chorar; os defensores da participação, não participaram.
É preciso ter lata, quando se lhe pedem opinião não são carne nem são peixe!
"Eu acho que este OE é uma porcaria mas vou viabilizá-lo". E ainda têm a cara-de-pau de criticar o OE. Se não concordavam com o mesmo votassem NÃO; se o queriam viabilizar votassem SIM. Agora, absterem-se para dar a impressão que não concordam mas ao mesmo tempo aprovar um OE só para ver no que vai dar? E se a coisa correr mal ainda vêm dizer "reparem que a gente não votou sim"...
Quem querem enganar com essa atitude?
Politiquices...

Nas próximas eleições talvez me recorde disto.

12 março 2010

Contra a maré II


No seguimento do post anterior...

Houve um laboratório que, a pretexto de publicitar um medicamento para o colesterol, deu-nos um modelo de artéria. Essa artéria está dividida em quartos que demonstram a evolução da deposição do colesterol nas paredes do vaso. No 1º quarto a artéria está sãzinha da Silva e no último está ocluída por um trombo num estreitamento causado pelo colesterol.
É esse modelo que apresento aos candidatos à morte súbita. Os inúmeros Sr. Fulanos que a vêem esbugalham os olhos para aquilo, não sei se percebendo o que a "artéria" lhes tenta "dizer" ou porque o modelo é feio comó caraças.

Essa pequena introdução para quê?
Há já algum tempo, muito tempo mesmo, percebi que é difícil (ou impossível) lutar contra o poder da publicidade. É a publicidade que oferece patrocínio aos clubes de futebol e grandes festivais de música para que promovam cerveja, por exemplo.
As crianças estão sujeitas a eternos períodos de propaganda que lhes enfiam ideias comercialóides pela cabeça: são brinquedos no natal, são chocolates na páscoa, são morangos, são açúcar, etc, etc.
Imagine-se um comercial onde uma rapariga muito... hum... digamos, jeitosa, saia do mar numa praia ensolarada, tire a tampa a uma mini e se insinue a um marmanjo qualquer: será possível que, depois dessa cena, esse mesmo marmanjo esteja interessado em saber que o álcool da mini lhe é prejudicial? Bem, com uma mini apenas não há problema, dirão os senhores, mas o problema é que, para alguns XY, as minis são como as cerejas...
E é mesmo muito difícil lutar contra isso, contra essa ideia de que é cool beber-se à noite, comer de tudo e à fartazana e no fim manter-se com o corpo de uma Sónia Araújo (caraças de fetiche) ou de algum gajo bom qualquer (não conheço nenhum, as meninas que por aqui passam que dêem sugestões).

Toda essa lenga-lenga para dizer que ontem, enquanto almoçava e assistia às notícias num canal qualquer, surgiu no ecrã uma nova publicidade extraordinária.
Algum génio resolveu criar o acepipe dos anjos gordurosos e que passo, eu também, a publicitar:



Para que fique claro: eu gosto de pizza (muito), gosto de hambúrguer e gosto de bacon, mas porra, tudo isso junto na mesma dentada?! O que mais catso falta por nessas fatias que acresça o teor em castrol e trigres? Dass! Mais vale injectar manteiga directamente na veia, o entupimento da circulação sempre era mais lento!
Isso arrebenta a escala das milhares calorias! E acompanhado com quê? Coca-cola?
Imagino a cara dos miúdos ao verem isso...




PS: alguém conhece algum ingrediente que não se possa por numa pizza?

11 março 2010

Contra a maré...

, O Sr. Fulano entra no gabinete. Sente dificuldades para se sentar. Aumenta a distância que separa a cadeira da secretária para que esse espaço possa albergar, com algum conforto, o seu volumoso ventre.
O Sr. Fulano é um sujeito bonacheirão, o gordo simpático. No seu corpo alberga um tratado de patologia, ele é obesidade mórbida, hipertensão, diabetes, dislipidémia mista, gota, artroses e desgostos.
O Sr. Fulano é um senhor de vícios: álcool, tabaco, venham eles! Nas patuscadas com os “amigos” ele se sente bem…

Falo com o Sr. Fulano para o alertar dos perigos a que está exposto. Aconselho-o a mudar estilos de vida, parar com as adições, alertar para os perigos das amizades de tasca, fazer exercício físico.
Aí começam as desculpas: “porque me doem as pernas”, “também não tenho tempo nem hipóteses de caminhar”, “é difícil deixar de ir ao tasco, xótor, meus colegas chateiam-me e tenho que beber um copo… ou mais”, “não gosto da comida insonsa”, “o que são orégãos?”, “eu como pouco, não sei porque engordo” e o famigerado “prometo-lhe que vou mudar e da próxima vez já vou estar mais magro!”.
Entretanto o Sr. Fulano sai do gabinete equipado com credenciais para análises completas (comparticipadas a - quase - 100%) que irá fazer antes da próxima consulta (que não paga por ser isento) e medicação (quase totalmente gratuita, já que a maioria é genérica). Um doente que custa ao Estado uns bons milhares de € anualmente; mas isso não interessa, eu continuo a achar que a saúde deve ser, tendencialmente, gratuita.
Fiz a minha parte.

Então o dia de trabalho acaba. Entro no meu popó e vou até a padaria comprar uns pãezinhos acabados de sair do forno (a minha mais pura adição).
A padaria situa-se numa esquina e logo aí vejo a incrível mania do português em deixar o carro à frente da porta. Não importa se atrapalha o trânsito, o que interessa é estar o mais próximo possível do local onde se quer ir. É perdida uma hipótese de caminhar.
Deixo a minha viatura no parque do prédio (completamente vazio, já que os outros clientes aglomeraram os respectivos automóveis no meio da estrada à frente da padaria) e caminho 20 segundos até a porta.
Lá dentro vejo algumas das pessoas que dizem aqueles “clichés” que transcrevi antes.
Entre os espécimes está o Sr. Fulano devidamente apetrechado com uma mini e um prato de orelha de porco e moelas de frango que bóiam num molho vermelho e reluzente.
Quando me vê o Sr. Fulano sorri desconsertado. Eu não digo nada; não sou seu pai e a minha fatiota de médico deixei no centro de saúde.
Carrego a mercadoria que pedi e vou-me embora.

No caminho ponho em causa todo o meu trabalho. Para quê levantar às 7 da manhã? Para quê gastar o meu latim, a minha saliva e o meu saber? Para isto? Para quê me esforçar para garantir que os serviços de saúde sejam praticamente de graça? Para que todo esse esforço para garantir que, este candidato a um AVC ou enfarte agudo do miocárdio (EAM), possa viver mais algum tempo com qualidade de vida?
Mas a pergunta fundamental: para que me preocupar com isto? Tenho uma vida e é nela que tenho que pensar. Começo a deixar de me preocupar em salvar almas, deixo essa tarefa aos senhores padres.

Vou para casa e passo um pouco de manteiga (magra) no pão ainda a fumegar. Entre uma dentada e outra desejo que, quando o Sr. Fulano tiver o seu EAM, este seja fulminante, para que, pelo menos, não nos fique ainda mais caro.

(Tudo isto é fictício…
será?)

10 março 2010

A famigerada história dos Cogumelos (re-post)

À custa dela já perdi amigos, e os que não perdi meteram-se no álcool e nas drogas. Ela é infame, desgraçada, aterrorizante, e mais um sem número de adjectivos maléficos. Tenham medo, muito medo (e já agora, também um copo de água).

" Era uma cogumelo-normal cogumelo-manhã na cogumelo-cidade, quando o cogumelo-pai resolve dar um cogumelo-passeio com o seu cogumelo-filho. Já fazia algum tempo que os dois não cogumelo-confraternizavam e o cogumelo-pai estava cogumelo-ansioso pela cogumelo-saída.
O cogumelo-filho andava um pouco cogumelo-chateado com a cogumelo-vida, pois a sua cogumelo-namorada tinha-o cogumelo-encornado com o seu melhor (?) cogumelo-amigo: "aquele cogumelo-fdp" - cogumelo-pensava ele.
Foi de bom-cogumelo-grado que cogumelo-aceitou o cogumelo-convite do cogumelo-pai para o cogumelo-passeio. Estavam a cogumelo-pensar em cogumelo-ir até o cogumelo-estádio da cogumelo-luz para ver o cogumelo-jogo do cogumelo-benfica com a cogumelo-académica e, claro, iam cogumelo-preparados para cogumelo-"torcer" pela cogumelo-Briosa.
Cogumelo-prepararam-se a cogumelo-rigor, cada um com o seu cogumelo-cachecol e cogumelo-bandeira. O cogumelo-pai ainda cogumelo-lembrava-se dos bons-cogumelo-tempos do cogumelo-futebol, em que as cogumelo-pessoas levavam seus cogumelo-filhos aos cogumelo-estádios com cogumelo-segurança: cogumelo-suspirou…

Cogumelo-arrancaram, então.

O cogumelo-filho estava cogumelo-radiante; parecia uma cogumelo-cogumelo-criança de tão cogumelo-feliz que cogumelo-estava e nem se cogumelo-apercebeu do cogumelo-carro que vinha cogumelo-disparado pela cogumelo-estrada cogumelo-acima. Vinha o cogumelo-condutor cogumelo-embriagado aos cogumelo-Ss pela cogumelo-via cogumelo-pública e não teve cogumelo-tempo de cogumelo-travar: apanhou em cogumelo-cheio o cogumelo-filho. Apenas ficou o cogumelo-silêncio depois do seu cogumelo-grito. Parecia que o cogumelo-tempo cogumelo-parou enquanto o seu cogumelo-corpo cogumelo-esponjoso cogumelo-caía para a cogumelo-frente com o cogumelo-impacto do cogumelo-automóvel cogumelo-desgovernado.

O cogumelo-condutor não cogumelo-parou, mas alguém cogumelo-anotou a cogumelo-matrícula.

O cogumelo-pai, cogumelo-desesperado, cogumelo-correu em direcção do cogumelo-filho cogumelo-inconsciente que cogumelo-jazia no cogumelo-chão. Cogumelo-tentava cogumelo-acordar o cogumelo-filho, mas era em cogumelo-vão. O cogumelo-filho estava em cogumelo-coma.

Passados alguns cogumelo-minutos chegou o cogumelo-INEM. Tentaram cogumelo-reanimar o cogumelo-filho; usaram um cogumelo-desfribilhador e deram uns cogumelo-choques: “já tem cogumelo-pulso” – disse o cogumelo-médico- “vamos levá-lo para o cogumelo-hospital”. E foram-se embora na cogumelo-ambulância.

O cogumelo-pai estava cogumelo-transtornado, cogumelo-chorava e cogumelo-jurava de cogumelo-morte o cogumelo-condutor que cogumelo-atropelou seu cogumelo-filho.

A cogumelo-notícia cogumelo-espalhou-se como cogumelo-fogo no cogumelo-verão e todos os cogumelos-parentes cogumelo-telefonaram. Todos queriam cogumelo-saber do cogumelo-estado do cogumelo-filho. O cogumelo-pai cogumelo-explicava quão cogumelo-grave era o cogumelo-estado do cogumelo-filho e que o cogumelo-mesmo estava em cogumelo-perigo de cogumelo-vida no cogumelo-hospital. Os cogumelo-parentes queriam fazer uma cogumelo-visita ao cogumelo-filho pelo que o cogumelo-pai cogumelo-prontificou-se a cogumelo-disponibilizar o cogumelo-horário das cogumelo-visitas.

Combinaram de se cogumelo-encontrar na cogumelo-casa do cogumelo-pai para cogumelo-fazer a cogumelo-visita ao cogumelo-filho.

Entretanto, o cogumelo-filho lutava pela cogumelo-vida no cogumelo-bloco-operatório do cogumelo-hospital cogumelo-distrital da sua cogumelo-cidade. Naqueles cogumelo-tempos de cogumelo-cortes os cogumelo-cirurgiões faziam das cogumelo-tripas cogumelo-coração para cogumelo-trabalhar cogumelo-bem. O cogumelo-ministro da cogumelo-saúde, Cogumelo-Correia de Cogumelo-Campos, tinha cogumelo-cortado em cogumelo-tudo: cogumelo-médicos, cogumelo-enfermeiros e cogumelo-materiais. O cogumelo-bloco necessitava de cogumelo-obras cogumelo-urgentes mas não havia cogumelo-fundos para isso, e quem se cogumelo-lixava era o cogumelo-doente.

Os cogumelo-cirurgiões tinham cogumelo-feito de cogumelo-tudo, só restava cogumelo-rezar ao cogumelo-Deus.

Assim o cogumelo-filho foi cogumelo-internado na cogumelo-enfermaria dos cogumelo-cuidados cogumelo-intensivos.

Enquanto cogumelo-isso, a cogumelo-família inteira cogumelo-reunia-se na cogumelo-casa do cogumelo-pai. Todos cogumelo-anseavam por cogumelo-notícias sobre a cogumelo-saúde do cogumelo-filho. Cogumelo-combinaram em quais cogumelo-carros iriam para o cogumelo-hospital. Juntaram-se cogumelo-todos em 11 cogumelo-carros e seguiram para o cogumelo-hospital com a cogumelo-ajuda do cogumelo-GPS.

Chegaram ao cogumelo-hospital em cerca de 25 cogumelo-minutos. Muito cogumelo-aflitos por cogumelo saber do cogumelo-estado do cogumelo-filho. Chegaram ao cogumelo-balcão das cogumelo-informações onde uma cogumelo-muito cogumelo-simpática cogumelo-senhora cogumelo-informou em qual cogumelo-serviço estava cogumelo-internado o cogumelo-filho.

Apanharam um cogumelo-elevador, não todos cogumelo-juntos pois eram cogumelo-muitos. Chegaram ao cogumelo-serviço de cogumelo-cirurgia onde falaram com o cogumelo-médico.

- Então cogumelo-doutor, como está meu cogumelo-filho? – perguntou o cogumelo-pai.

- Encontra-se cogumelo estável. Esteve no cogumelo-bloco durante 5 cogumelo-horas, mas cogumelo-penso que o cogumelo-pior já cogumelo-passou – cogumelo-respondeu o cogumelo-médico – seu cogumelo-filho está a cogumelo-descansar no cogumelo-quarto 13. É ao cogumelo-fim do cogumelo-corredor.

- Muito cogumelo-obrigado. O cogumelo-senhor cogumelo-doutor cogumelo-salvou a cogumelo-vida do meu cogumelo-filho.

O cogumelo-pai cogumelo-chamou a cogumelo-família e se cogumelo-dirigiram para o cogumelo-tal cogumelo-quarto.

O cogumelo-pai cogumelo-bateu à cogumelo-porta e nada. Cogumelo-resolveu cogumelo-entrar. Nesse cogumelo-momento cogumelo-ficou em cogumelo-choque: seu cogumelo-filho cogumelo-encontrava-se todo cogumelo-ligado, com cogumelo-fios e cogumelo-tubos em todos os cogumelo-orifícios corporais. Cogumelo-catéteres, cogumelo-sondas, cogumelo-soros, cogumelo-etc, cogumelo-etc.

Nem cogumelo-sinal de cogumelo-reacção do cogumelo-filho à cogumelo-chegada do cogumelo-pai. O cogumelo-filho estava cogumelo-mal.

A cogumelo-família também cogumelo-entrou. Era bastante cogumelo-numerosa, mas a cogumelo-situação era tão cogumelo-desesperante que cogumelo-entraram todos de uma só cogumelo-vez.

Todos eles ficaram cogumelo-espantados com a cogumelo-cena. Cogumelo-lágrimas vieram aos cogumelo-olhos e só cogumelo-pensaram em como cogumelo-poderiam cogumelo-ajudar.

Eles cogumelo-acreditavam na cogumelo-força do cogumelo-pensamento e decidiram fazer uma cogumelo-corrente à cogumelo-volta da cogumelo-cama do cogumelo-filho. Era uma cogumelo-forma de cogumelo-reunir cogumelo-forças e cogumelo-energias cogumelo-positivas.

Assim cogumelo fizeram. Cogumelo-organizaram um cogumelo-círculo à cogumelo-volta do cogumelo-filho. E todos fizeram cogumelo-forças. Seus cogumelo-olhos cogumelo-encerraram-se, suas cogumelo-faces numa cogumelo-expressão de cogumelo-sofrimento. Eles cogumelo-gritavam ("aqui estamos cogumelo-nós!!!), cogumelo-rezavam, cogumelo grunhiam e cogumelo-rangiam os cogumelo-dentes; eles cogumelo-cantavam por cogumelo-forças. Pediam aos cogumelo-espíritos por cogumelo-ajuda. Eles cogumelo-suavam de tanta cogumelo-vontade. Eles estavam cogumelo-desesperados, cogumelo-empenhados, cogumelo-decididos…

E quando tudo cogumelo-parecia irremediavelmente cogumelo-perdido, eis que o cogumelo-filho abre levemente um cogumelo-olho. E cogumelo-todos à sua cogumelo-volta começam a cogumelo-cantar:

“ – WE ARE THE CHAMPIGNONS, MA FRIEND!!!”

PS. quem quiser a versão longa é só pedir.

09 março 2010

5


Acordei bem disposto e com um pouco de ansiedade ao ouvir falar no jogo de hoje.
Arsenal X FC Porto. Bom jogo, liga dos campeões, a equipa em vantagem... vai ser difícil mas há que ter esperança.
Fui trabalhar, as consultas correram bem e novamente um disparo de adrenalina ao ouvir as notícias sobre a preparação do FCP para o jogo de hoje.
Faltava pouco.
Fiz de tudo para estar em casa antes das 19:45 e à essa hora estava já preparado para sofrer um bocado.
O FCP trazia a vantagem de ter ganho em casa mas essa, logo, em pouco tempo, desapareceu: 2 X 0 e fim do 1º tempo.
2º Tempo e o FCP começa bem mas... 3 X 0 e clique: desliguei a televisão.
Liguei o PC e pus Astor Piazzolla a tocar, nas horas tristes ou é tango ou é fado e hoje estava mais virado para as Pampas.
Fiquei depois a saber que, afinal, foram 5. Já não me lembro da última vez que o FCP teve um hi5 e, o pior, já não me lembro de termos uma equipa a jogar tão mal...

Estarei incontactável por uns tempos... a recuperar
Obrigado...

Ao Jesualdo, que inventou um Nuno André Coelho a trinco, proponho o tratamento da imagem seguinte:



08 março 2010

Adoráveis mulheres

365 dias para vocês...


"Gerânio"

Composição: Nando Reis, Marisa Monte, Jennifer Gomes


Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente

Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista

Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda

Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes

Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga

Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema

Sabe espantar o tédio
Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você

Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda

06 março 2010

Atracção fatal!

Se a bola de futebol tem íman então os meus tomates são de ferro!!!


02 março 2010

A menina que se esqueceu de falar

Em resposta ao desafio "Silêncio" da Fábrica de Letras:


A menina que se esqueceu de falar

“Silêncio!” e uma mão cheia de dedos acerta-lhe em cheio na face.

Helena nascera num dia esplendoroso de verão, um dia sem nuvens e sem brisa. Gritara desde o primeiro instante de vida e, logo aí, recebera uma palmada nas nádegas.
Ao longo dos primeiros tempos pouco estímulo teve para falar. Sua mãe nunca estava e seu pai nunca estivera. Não tinha irmãos, não tinha amigos, não tinha ninguém com quem trocasse uma palavra recém-aprendida.
Vivia no silêncio de uma casa pobre. Pobre de recheios e, mais grave, pobre de movimentos e de vida. Tinha um espelho e era aí que dialogava consigo mesma, trocando palavras toscas e enroladas que só o seu reflexo entendia.
Assim passou a primeira infância.
Nas raras oportunidades que teve para falar com a mãe, era interrompida por um “cala-te!”, “’tá quieta” ou, se a progenitora estivesse mais bem disposta ou sóbria, um “Silêncio!”, sempre acompanhados de uma palma da mão. Helena era filha de um projecto comercial. Um efeito colateral de uma transacção de negócios da sua mãe e esta não lhe empregava muito do seu tempo.
Helena foi sendo autodidata e aprendeu o que ouvia entre as paredes, por trás das portas e às janelas, tudo desvirtuado e distorcido que mesclou numa espécie de dialecto estranho.

Aos 6 anos, Helena foi para a escola. Sua forma de falar provocava risos nos colegas que passaram a ridicularizá-la. Chamavam-na retardada, sem compreender que para ser bom em algo é necessário treinar. Helena não tinha oportunidade de treinar falar com ninguém e fechava-se cada vez mais. Os seus colegas eram retardados em afecto.
“- Prgofegssora, pgosso i à c’sa de bganho?”
“- Helena, cala-te, vais ao intervalo!”
“- Sgtora, e se essa respogsta!”
“- Silêncio, menina, agora é o teu colega a responder!”

“Cala-te”, “Não digas nada”, “´tá calada”, “Shhhhiiiiiiiiiuuuuuu!”

Não tinha parceira de carteira, não tinha lugares em grupo, era um pedaço de gente rodeada de preconceito por todos os lados.
À esta altura, Helena começava a pensar que falar não era solução. Optou pelo silêncio. Estava cansada das conjugações dos verbos "calar" e "silenciar" direccionadas violentamente contra ela.
Helena calou-se e demorou muito tempo para que se ouvisse algo dela.
Passou os anos da escola com boas notas gerais penalizadas apenas pela fraca participação nas aulas. Já não levantava a mão, não perguntava, não se “engrupava”, tornou-se a eremita da turma. Preferia falar consigo mesma, interiormente, já que não se mandava calar a si mesma.

Amplificou a arte de ouvir, especializou-se em ver, deixou a habilidade de falar para os outros e nunca se arrependeu.
Quando jovem aprendeu a linguagem gestual e mandava fod#$ aqueles que não a compreendiam. Helena cresceu e tornou-se uma mulher de enorme carácter, de mais acções e de menos (nenhumas) palavras.

Foi então que, num dia de verão radioso, sem nuvens e sem brisa, conheceu um simpático jovem. Era um rapaz que também não falava. Mas, ao contrário dela, não falar para ele não era opção: estava privado pela natureza.
Compreendiam-se muito bem através da arte dos sinais e brincavam sobre o que liam nos lábios dos outros. Tornaram-se cúmplices dos mesmos crimes e nunca precisaram sonorizar nada um ao outro.

Helena estava feliz pela primeira vez na sua vida. Apetecia-lhe dizer o que lhe ía na alma. Apetecia-lhe gritar, explicar ao mundo o que o seu coração sentia . Mas há tanto tempo que nada dizia que sentia a garganta enferrujada e tinha dificuldades de iniciar o árduo processo de falar.
Olhou para o seu rapaz, que lhe sorriu, encheu-se de coragem e força e da sua boca ouviu-se pela última vez a sua voz… num caloroso, sonoro e apaixonado: “amo-te”.
E depois, para sempre, apenas o silêncio...

Luís Fernandes Lisboa ®

01 março 2010

Sem vaselina...



Espero, sinceramente, que o Jesualdo não se consiga sentar hoje!