28 maio 2010

Town of sadness

Em dias como este nada faz sentido. Quando a vida se esvai, quando desaparece, pergunta-se "porquê?".
Nestes dias de sol envergonhado e vento frio, que esconde o calor de primavera, pensa-se sobre a efemeridade da vida.
Escrevi este post sobre a nossa incapacidade e pequenez perante situações irreversíveis. A irreversibilidade confirmou-se hoje, através de um daqueles telefonemas que ninguém quer ouvir.
E é como que se o tempo parasse e nos trouxesse à mente memórias há muito escondidas, imagens já amareladas do passar dos anos; imagens em Super 8, mudas mas alegres, de tempos longínquos e que não voltam mais. Lembro-me dos tempos de criança, das visitas e viagens à terra dos meus pais, das noites na tua casa, do carinho do teu abraço de amizade sincera.
A verdade é que ficam memórias boas, vivências, bons momentos, coisas que nem a morte nos pode roubar.
Graças aquilo em que acredito, penso que estás agora num lugar melhor, onde a dor e sofrimento dos últimos tempos não não mais te assolam e onde terás algum merecido conforto e descanso. Talvez esta crença traga a mim, inconscientemente, algum consolação... quem sabe.
Resta-me a certeza de que, apesar de hoje ser o teu velório, sei perfeitamente que daqui para frente serás tu a velar por todos nós.
A ti, querida tia, que muito raramente vi triste, descansa em paz e até um dia destes.




6 comentários:

Inconstante disse...

beijos Cat :-(

João Roque disse...

Um abraço amigo.

Sahaisis disse...

não há palavras que confortem a perda, meu amigo. disso estou certa. um abraço..

Cirrus disse...

Os meus pêsames, meu caro.

Catsone disse...

Obrigado, amigos.

Demian disse...

Nunca há muito a dizer nestas ocasiões.

Deixo, apenas, um abraço.