30 agosto 2010

Esta semana...


Férias, 2º round

26 agosto 2010

"Mudasti" o caral"#!!!

ATENÇÃO: o texto que se segue pode, por ventura, ferir susceptibilidades. Nele podem encontrar palavras que existem no dicionário, são usadas com frequência, mas que causam elevado prurido a determinados ouvidos/olhos.
O leitor fica avisado: avançar fica por sua conta e risco.


Já não bastava este país (e o mundo) estar inundado de propaganda, publicidade, marcas, mercados e vontades. Já não bastava a língua portuguesa ser sujeita à cargas de porrada, crises e acordos ortográficos sem sentido. Já não bastava isso e agora uma empresa de bebidas quer, à força toda, incluir uma palavra no dicionário da língua de Camões?

Foto retirada daqui

"Mudasti" é uma palavra parva, estúpida, idiota e desprovida de qualquer sentido ou utilidade. Ouvir "mudasti" soa pior do que ouvir alguém dizer "então, mudastes de casa?" ou "'tás moreno, apanhastes muito sol?".
"Mudasti" é lixo, não serve para nada, é uma tentativa de passar uma mensagem subliminar: "bebe o nosso ice-tea". Porquê não aportuguesam a palavra "ice-tea"? Podia ser aisseti, não? Ah, mas lembra o refresco da concorrência, certo? Então pode ficar "chá gelado".

Alguém já viu os cromos que aparecem no comercial que visa convencer a malta a assinar a petição em prol da palavra? É cada um mais esquisito que o outro! Se calhar já usavam "mudasti" na maioria das frases que incluíssem o verbo "mudar". Se calhar também dizem treuze, ou há-des, ou camion...
Um dos personagens diz que ninguém usa as palavras manducar e cachinar nos dias que correm . No entanto, baseando-se no seu uso por aí, vamos ter de inserir o treuze, o camion, a úrsula, aiágua, entre outras e uma nova forma de conjugação verbal para aceitar o "tu mudastes", o "tu ouvistes" ou o "tu chibastes".
Vejam lá, "coirato" não está no dicionário! Defendam lá a porra do "coirato"!!!

Ó amigos da Nestlé e da Coca-Cola Company, "mudasti" não é português, pá. Português legítimo tem "cona", "foder" e "puta-que-os-pariu", ditos com a boca cheia e com orgulho em ser labajão (ops, outra que não está no dicionário)!


"Mudasti" está bom para tipos como estes:




"Mudasti"? "Mudasti" o caralho!!!

Assinem esta petição!

22 agosto 2010

Pai sofre XIII - Brinquedos, objectos vários e nódoas negras

A minha menina já vai nos (quase) 11 meses. Já senta, tenta levantar-se, pede coisas e, principalmente, explora qualquer objecto que esteja ao alcance das mãos com a energia proporcionada pela curiosidade própria de quem vê tudo pela primeira vez.

O interesse que uma criança tem, nesta fase, por um objecto é tão efémero como a semi-vida de um fotão. Num segundo está interessada numa boneca e, no segundo imediato, passa a atenção ao comando da televisão.
Quando digo "atenção e exploração" falo em "agarrar com toda a força, apertar tudo o que seja parecido com um botão e balançar o objecto na esperança que se desfaça e se possa ver o que traz por dentro". Nesse curto espaço de tempo o objecto, e quem esteja por perto, sofre as passas do Algarve: é batido, chocalhado, apalpado, enfiado em buracos, mordido e atirado o mais longe possível para logo ser pedido novamente e recomeça o processo.

No entanto, uma forma de exploração que ganha uma predilec
ção por parte da minha menina é o "bater contra a cabeça, face e afins do pai até que ele se queixe, desvie ou desmaie".
Já conheço a maioria dos brinquedos da minha filha pelo tacto, e não é o tacto superficial, é o profundo, à alta velocidade e doloroso. Se as minhas nódoas negras fossem fósseis atrairiam inúmeros arqueólogos. Não são pegadas de dinossauros mas tem um padrão semelhante e espalham-se por uma área considerável, sobretudo no cocuruto.

À medida que se aproxima a idade de gatinhar/caminhar começa a ser al
go perigoso ter objectos a menos de 1 metro do chão; é que antes de se testar se partem no chão, parece que a resistência dos mesmos tem de ser testada na testa do pai!

Com o aparecimento dos dentes as mães queixam-se das mordidelas nos mamilos. Experimentem lá levar com uma caixa de música qualquer no nari
z ou um boneco nos "países-baixos"!
E a tendência é piorar...



21 agosto 2010

E viva o touro!



Touro! Touro! Touro!

Bis, Bis! Isso sim é um espectáculo...





Deprimente!

20 agosto 2010

Tecnobol

É impressionante como o futebol também evolui e a velocidade de pensamento dos jogadores é cada vez mais célere.
Benza Deus!


(montagem com fotos do google)

19 agosto 2010

Who let the dogs out?

Sou só eu que acha que ter o Augusto Santos Silva como Ministro da Defesa representa um elevado risco de golpe de estado?

14 agosto 2010

Dead man

Para o desafio "Uma longa viagem..." da Fábrica de Letras:



Dead man

Carlos estava preso. Tinha sido encomendado à morte e aguardava agora ansioso para lhe encontrar a foice. Estava cansado de esperar e a angústia lhe apertava o coração agónico.

Levantou-se naquela manhã para espreitar o longo corredor que via da pequena janela da porta; mal conseguia ver onde terminava. Disseram-lhe que seria por ali que passaria pela última vez. Sentiu um previsível nó no estômago, mas não resistia a essa investigação diária do seu último caminho, como se perguntando se ainda estaria lá.

Pensava muito na sua sentença. No início sentiu uma revolta enorme. Sentira-se sempre inocente e vociferou contra aquela injustiça. Agora, passados alguns meses, depois de meditar e conversar com aquelas paredes brancas, reconhecia a sua culpa. Já não adiantava chorar, bater com as mãos no colchão duro ou com a cabeça nas paredes. “O que está feito, feito está”, e rendeu-se…

Estava decrépito, exausto, perdera o apetite e, ao observar-se no espelho, também o amor próprio.
Restava-lhe aguardar até que o carrasco lhe viesse buscar.

Nessa mesma manhã esperava pela visita do melhor amigo, e advogado pessoal, Dr. Dias. Ansiava por esse contacto semanal como alguém, perdido num deserto, anseia por um oásis.
“Olá Carlos. Como está?”, sussurrou-lhe ao ouvido durante um longo abraço.
“Ó Dias, uns dias mau, outros pior. Há períodos em que não me conformo mas, mesmos esses, são cada vez mais raros. Estou farto de esperar e é isso que dói! As tuas visitas lá me vão elevando um pouco a moral”
“Amigo, folgo em saber que, pelo menos para isso, posso ser útil”
“Dias, falaste com os daqui? Ainda posso ter esperanças?”
“Carlos, falei com o Dr. Vasconcelos. Não há grande esperança e, embora não possa ser preciso quanto à data, não tens muito mais tempo.”
“Porra, pá! Então que cumpram logo essa sentença!”
“Sabes que essas coisas não são assim. Existem ordens Superiores… vais ter que te aguentar”
Depois de mais alguns minutos de conversa, os amigos despediram-se:
“Ainda te volto a ver, Dias?”
“Posso não estar aqui quando te fores…”
“Deixa estar, amigo, levo-te no coração na mesma” e sorri em despedida.

Carlos acordou a meio da noite em sobressalto. À sua volta 5 pessoas lhe tentavam manietar. Quatro deles lhe seguraram os membros enquanto outro lhe injectara algo nas veias.
E sentiu tudo à roda, pouco a pouco deixou de resistir. Tinha dificuldades em respirar e mal ouvia o coração: Deixou-se ir.
Os 5 mantinham-se à sua volta, controlando seus sinais vitais, até que Carlos, finalmente, encontrou a foice.

“Estou? Posso falar com o Dr. Dias?”
“É ele mesmo. Quem fala?”
“Olá, Dr.. Aqui é o Dr. Vasconcelos. Tenho a informar que o Sr. Carlos faleceu esta noite.”
“Meu Deus, não me diga…”
“Ainda tentemos reanimá-lo. Injectamos alguns fármacos endovenosos, mas nada. Sabe como é, o Sr. Carlos estava em fase terminal, certo? Infelizmente, é o nosso dia-a-dia aqui nos Paliativos. Sinto muito. Continuação de bom dia”.

Nessa tarde, Carlos percorreu o tal corredor muitas vezes, por ele, observado.
E foi o início da sua última e mais longa viagem...

Luís Fernandes Lisboa ®

12 agosto 2010

Só tenho tempo para isto...

...postar alguns vídeos de música:









01 agosto 2010

Afinal...

Sem saber para onde ir nestas férias? Vá para Cona!