- Olha aí um CD dos ABBA! Por falar nisso, queria que visses comigo o "Mamma Mia". - Isso é a crise dos 7 anos? Queres acabar com este casamento? Ainda se fosse o "Mamma a minha"...
Depois desse diálogo ficou-me a porra da música na cabeça... mas com uma letra própria:
"Mama a minha, Faz-me esse favor, Ma ma Vais gostar do sabor"
A professora do 3º ano terminou a aula com uma tarefa: “- Meninos, amanhã queria que trouxessem um trabalho sob o tema “O dia-a-dia”, ok? Pode ser uma composição, um desenho, uma montagem, façam o que quiserem e o que mais gostarem, certo?” E em coro as crianças responderam um sonoro “tá bem!”, arrumaram as coisas nas mochilas e foram-se apressadas, uma após outra.
Clara ficou preocupada. Pensava em como iria transpor para o papel um tema como “dia-a-dia”. O que quereria a professora que a malta fizesse em torno de um tema tão estranho? Poderia ter escolhido, sei lá, “o que fizemos nas férias” ou “brincadeiras”, mas “dia-a-dia”? Será que ela queria que ela trabalhasse em torno de um dia comum ou do que acontece no mundo actualmente?
Chegou a casa casmurra e foi lanchar. “- Olá para ti também! Vens tão chateada porquê?”, perguntou a mãe. “- Olá. A professora quer que nós façamos um trabalho para amanhã e não sei por onde começar”, respondeu. “- E é sobre o quê mesmo?” “- Sobre o dia-a-dia!” “- Ai menina, se o trabalho fosse dado a mim seria tão fácil…”, sussurrou a mãe. “- O quê?”, perguntou a menina. “- Nada, nada”, respondeu a mãe a disfarçar, “come e vai para o quarto trabalhar, então”.
Clara chegou ao quarto, deitou as coisas sobre a secretária e… nada. Durante o que restava da tarde pensou no que poderia fazer e népias, nenhuma inspiração, nenhuma lâmpada sobre a cabeça, zero. “- CLARA, VEM JANTAR!”
A menina sentou-se à mesa desolada. Ficara ao lado do pai como sempre e recebeu, do progenitor, um beijinho na testa. “- Então, moço, como foi o teu dia”, perguntou a mãe ao senhor da casa. “- Ó pá, sempre o mesmo dia-a-dia”, respondeu por entre um sopro de desalento. Clara despertou: “o meu pai disse “dia-a-dia”?” “- Um gajo só ouve falar de “crise”! Já estou farto, mulher! Isso está como nos dias de inverno: tudo nublado a ameaçar tempestade. Um gajo anda sempre na corda bamba, num emprego que o patrão quer cortar à força toda.” “- Tem calma, há sempre uma luz ao fundo do túnel”, acalentou a esposa. “- Já não sei, linda, cá para mim o nosso futuro passa por emigrar, ainda só não sei para onde! Se caio desse emprego aterro no inferninho, não é? Vemos o meu salário voar todos os meses, imagina se ficamos sem ele? Agora só se ouve a troika, tal deus, a mandar em tudo e em todos… humpf”. “- Anda cá, faço-te um miminhos”. “- És um anjito…” Clara saltou da cadeira e correu para o quarto, nem ligou aos chamamentos da mãe para que voltasse para a mesa. Não queria perder a inspiração.
No outro dia quase não tomou o pequeno-almoço. Saiu a correr em direcção ao autocarro com a mochila às costas e uma cartolina azul sob o braço.
Clara chegou à casa radiante. Tinha um sorriso tão grande quanto o daqueles “smiles” amarelos. Vinha de peito feito e quando viu a mãe saiu a correr para lhe contar a boa nova. “- Mãe, mãe!” “- Elá, miúda…” “- A professora gostou imenso do meu trabalho, queres ver?” “- Calma, calma. Claro que quero ver. Mostra-me” E Clara, então, estendeu a cartolina azul sobre a mesa. “- Graças a ti e ao pai consegui arranjar a ideia para o trabalho.”
“- Tive nota máxima: ex-ce-len-te!”, comemorou a menina, "a professora até suspirou!" "- Pois, pois, como eu a compreendo..."
O televisor, Mr. Sony, estava esquisito, não se sentia bem; andava chateado e incomodado Decidiu ir ao electrodoutor. Chegou ao consultório e começou a falar sobre os seus problemas. O electrodoutor era um computador experiente, Dr. Norton. Iniciou na lide da electromedicina ainda usava-se o windows 3.1 e o intel 486 era o "must". O televisor começou a dissertar sobre os seus problemas. Dizia ele que sentia prurido nas partes, principalmente aos fins-de-semana e quando frequentava canais/programas noticiosos de fama duvidosa. O Dr. Norton, desconfiado do que poderia ser, chamou um colega patologista para uma observação mais aprofundada. Pediu ao doente que se deitasse na marquesa e aguardasse.
O Dr. Zeiss, da especialidade de microscopia, veio em auxílio do Dr. Norton e começou a examinar o doente. O televisor era um espécimen bem dotado (40'') e o Dr. Zeiss teve alguma dificuldade em examinar o aparelho todo. De repente, resmungou um "Hum" e chamou o Dr. Norton. "-Vês? O problema está aqui."
O Dr. Norton chamou o televisor ao seu gabinete e começou a explicar a situação: "- Sabe, tenho aqui umas imagens tiradas pelo Dr. Zeiss ao seu queixume. Parece que essa sua promiscuidade trouxe-lhe um pequeno problema, fácil de tratar mas incomodativo qb" E o Dr. Norton começou a mostrar as imagens.
"- Desculpe-me, Mr. Sony, mas o senhor tem um infestação de chatos. Medico-o com uma dose elevada de "mute" ou, se não for possível, camisinhas "zapping"..."
Ando a comer demais. Se calhar terei uma "úrsula" duodenal que me força a comer de 3 em 3 horas (minutos?) ou será mesmo gula. Vai daí, a minha senhora "amanda-me" um:
"- Estás a comer muito. 'Tás a engordar!" "- Pois é, tento compensar com comida a falta do "amor"." "- Sabes? É porque gosto de ti gordinho..."