29 outubro 2013

Zoo

Da mesma forma que o governo quer diminuir o número de animais em edifícios, deveríamos querer diminuir o número de animais no governo.


Haja cãoragem para aguentar estes jegues!!! 

27 outubro 2013

Empreendedorismo

Para o primeiro ministro das finanças deste governo  (aquele que desapareceu do mapa para poder descansar um pouco) o povo português é o melhor do mundo. O PM tem a mesma opinião e, orgulhosamente, por diversas vezes, lá vai dando exemplos da extraordinária criatividade e da grande capacidade de empreendedorismo nacional; eu, depois de ler esta notícia, e pela primeira vez, tenho de concordar com aqueles membros da quadrilha...



Imagem do "Público"

25 outubro 2013

Fábula infantil sob o ponto de vista médico

Vendo a versão original da Branca de Neve (1937) e observando a personagem descontraída em meio a esquilos, coelhos, ratinhos, texugos, veados e outros animaizinhos, chego à conclusão que teve uma sorte do caraças por ter sido a única gaja da idade média a não ter contraído raiva ou peste bubónica!

20 outubro 2013

À caça

Abriu a nova época de caça. 
Foi novamente liberada a caça a uma espécie animal ignóbil, irritante e dispendiosa: o funcionário público.
À semelhança de qualquer actividade que envolva barbárie, como a tourada, o futebol ou o tuning, também a caça ao funcionário público está acompanhada de muita controvérsia. Os detractores agitam-se em defesa do animal dizendo que tratar-se de uma espécie em vias de extinção, que basta ir a uma instituição estatal (o seu habitat natural) para observar que já não existem em número suficiente para a demanda de trabalho e, ainda, que a sua caça é desumana e cruel. Os defensores e aficionados dizem que a caça é essencial para o equilíbrio do ambiente económico nacional, que o funcionalismo público é uma praga sugadora de recursos e, a desculpa universal de todos os defensores destas grotescas actividades, porque é "arte e tradição". Estes últimos defende-se dizendo que "o que seria de Portugal sem a tradição de se caçar animais tão perigosos como perdizes, codornizes, pombos e, agora, funcionários públicos?"

No entanto, com a conivência das autoridades, tem-se observado laivos de sadismo crescentes ao longo dos últimos anos no seio dos diferentes grupos destes "desportistas". Não obstante a boa pontaria dos caçadores, tem havido preocupantes relatos de maus tratos aos animais que não se conseguem expoliar. Esses funcionários sobreviventes parecem ter os seus direitos, subsídios, férias, condições de trabalho e salários cortados. Dessa forma, ficam os animais amputados de uma vida decente, deixados à sorte numa sociedade que não os apoia, minguando até ao seu desaparecimento. Alguns espécimes ficam encarcerados na sua instituição tendo a jornada de trabalho aumentada, de forma injusta, violenta e súbita, padecendo de esgotamento físico e psicológico. Embora as entidades responsáveis  já tenham sido avisadas, escusaram-se de qualquer responsabilidade nesta selvajaria, remetendo um comentário aprofundado apenas após um estudo minucioso a ser realizado pelo grupo Galilei.

Como acontece com diversas outras espécies animais, já existem pedidos de excepção e protecção do funcionário público. Estudos mostram que, mantendo-se a sua caça desenfreada, a espécie pode desaparecer nos anos mais próximos, sendo substituída por espécies alóctones, como o funcionário privado. Neste último ponto, parece haver muito interesse de várias empresas privadas em repovoar as instiuições de saúde públicas, entre outras, com aquela espécie invasora, muito mais cómoda e económica. Esta hipótese de alteração de espécies é potencialmente danosa para todos aqueles que dependem do ecossistema público, mas o Ministério do Ambiente refere, em nota de imprensa, que "tal não é verdade" e aponta a Grécia (onde o extermínio de funcionários públicos é ainda mais tradicional) como "o exemplo a seguir para o desenvolvimento da coisa pública."

Outra solução, apontada pela Associação Nacional para a Protecção do Funcionário Público (ANPFC), entidade sem fins-lucrativos (porque o funcionário público parece não dar qualquer dividendo), não podendo evitar a caça de espécies animais, foi a troca de alvo; propõe a ANPFC que se casse políticos. Defende a entidade que "a cassação de deputados, ministros e, eventualmente, primeiros-ministos ou presidentes, pode ser um passo importante para um maior equilíbrio ambiental" e, afirma ainda a ANPFC, "eliminar estes animais do poder poderia ser um passo importante para livrar o ambiente de tanto lixo".

Que se abra, então, a caça (ou cassa) a políticos e afins!




selvajaria

"Selvajaria", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/Selvajaria [consultado em 20-10-2013].

14 outubro 2013

Foge, foge



Os meus amigos já se foram 
E, repara, também já se foram os teus. 
Ficámos nós os dois e os velhos e as crianças,
Os únicos com a ridícula esperança
De que melhores dias virão 
E de que terão as preces ouvidas por Deus.